sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Chuva

Está um dia negro e a chuva cai. Eu caminho por entre essas gotas de chuva tão fortes. Faço o mesmo caminho todos os dias. Já o sei de cor, era capaz de o fazer de olhos fechados. Caminho de cabeça baixa, sem chapéu; o resultado disto é que fico toda encharcada, mas não me importo. Paro e penso “Este momento é-me familiar” e de repente lembro-me daquele dia em que tu vieste ter comigo às escadas de minha casa, ás 8 e 20 da manhã, numa chuva torrencial só para me dizeres “Kathy, por favor, eu amo-te!”. Aí, eu abracei-te e chorámos os dois. Em seguida lembro-me de uma outra memória: aquele dia em que fizemos uma “cabana” com o meu guarda-chuva e ficámos os dois sentados, na rua, naquele cantinho ao pé do vivaci; num dos dias em que mais choveu na Guarda. Isto para estarmos um bocadinho a sós. Lembro-me também daqueles dias em que andávamos a pé, á chuva, os dois de mão dada; só porque o menino não queria deixar a menina ir sozinha. Era tudo tão perfeito. Agora apenas me posso lembrar dessas memórias enquanto caminho sozinha pela chuva, onde as lágrimas não se notam a escorrer pelo meu rosto. “I walk alone, and my shadow it’s the only one who walks beside me”

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