terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Alívio

Estava no quarto deitada na cama. Uma fraqueza estranha, invadia o meu corpo. Levantei-me peguei nuns pauzinhos de incenso com cheiro a morango e acendi-os. Rapidamente o cheiro se apoderou do meu quarto. Sentei-me no chão encostada ao aquecer, fechei os olhos e sentia aquele doce perfume no ar. Ouvia a música Tonight dos FM Static e cantava:
“I remember the times we spent together
on those drives
We had a million questions
all about our lives
and when we got to New York
everything felt right
I wish you were here with me
tonight

I remember the days we spent together
were not enough
and it used to feel like dreamin'
except we always woke up
Never thought not having you
here now would hurt so much

Tonight I've fallen and I can't get up
I need your loving hands to come and pick me up
And every night I miss you
I can just look up
and know the stars are
holdin' you, holdin' you, holdin' you tonight (…)”
Fechei os olhos com mais força e quando dei por mim tinha a mão junto do coração. A música repetia-se vezes sem conta e eu cantava sempre sem me cansar. Parecia estar num local Zen, pois aquela música e aquele cheiro me acalmavam, da confusão que ia na minha cabeça. Sentia-me bem, mas por outro lado parecia estar constrangida emocionalmente e eu não percebia porquê.
Voltei novamente para a cama e deitei a cabeça na almofada. Fiquei assim durante bastante tempo, e curiosamente ninguém veio reclamar á cerca da música alta. Só depois percebi e disse: “Estou sozinha.” Pensei á cerca do que disse e não só estava sozinha em casa, como me sentia sozinha no Mundo. As lágrimas vieram-me fazer companhia, como habitualmente o costumam fazer, só que desta vez vieram quentes, calmas e muito salgadas. Voltei a fechar os olhos, cruzei as pernas e sentia aquele cheiro que se espalhava á medida que a melodia tocava. Reflectia sobre tudo, até que esvaziei a minha cabeça e fiquei ali paralisada durante um bocado. De repente abri os olhos, respirei fundo e olhei para o relógio. O telefone começou a tocar e eu atendi e sem saber quem era disse: “A escolha certa á de chegar, não preciso de pressa. Tudo leva o seu tempo.” Do outro lado ninguém respondeu e eu desliguei a chamada.
Fiquei aliviada, pareceu que tinha tirado todos os pesos de cima de mim. Este bocado soube mesmo bem. Tenho de repetir mais vezes.

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