terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Errar e Amar


Eram duas crianças ingénuas mas apaixonadas. Ele tinha um feitiozinho assim pró complicado mas, no fundo do coração amava-a mais que tudo. Ela era ciumenta e muito insegura, tinha medo mas para além de tudo ele era a sua vida. Eram crianças felizes passavam os dias/tardes/noites como outras crianças quaisquer e de dia para dia a sua paixão aumentava. Todos os dias havia uma aventura nova para contar em casa, todos as semanas haviam dias para recordar, todos os meses uma história para querer reviver. Namoraram durante bastante tempo (a sua história dava para escrever um livro) e, como é claro, nesse namoro sempre houveram as típicas discussões de namorados. Promessas, desilusões, tréguas, arrependimentos, choros, desculpas, erros, momentos perfeitos, confiança (…) naquele namoro houve de tudo e, para além do mais, entregaram-se um ao outro de alma e coração. No coração dela nasceu dali um rei e no dele cresceu uma rainha.
Ele errava, ela perdoava. Ela errou, ele não perdoou. Todos diziam que ele fazia dela uma bonequinha com a qual ele adorava brincar e muitas vezes pôr de parte. Ele tinha feito uma promessa em consequência do medo dela. Não soube levar a sua palavra até ao fim e, o que ela mais receava aconteceu. Ela sofreu, ele também. Tudo por causa do erro dela, erro esse que nem todos os que ele tinha cometido e ela tinha desculpado tinham sido suficientes para ele a perdoar – isto no ver dele. Conclusão: ele não sabia o significado da palavra perdão, não sabia perdoar por amor, apenas sabia o que era o seu orgulho.
Ela arrependera-se rapidamente de tudo o que havia perdoado e de tudo o que tinha “esquecido”, pois a verdade é que ela apenas preferia não lembrar pois era impossível de esquecer. Ela fez tudo o que pôde para o ter de volta, lutou mesmo quando tinha uma vontade enorme de desistir e afirmar que era uma falhada. Criticou, defendeu, contrariou, arrependeu-se, desistiu, falhou. Ele “tentou” mudar as coisas, às escondidas dos seus amigos. Esses não queriam aquela velha história de volta e, ele na frente deles dizia que não, e para ela alimentava falsas esperanças. Ela descobriu e ficou de rastos, como pôde cair na mesma conversa outra vez? Ele arrependeu-se, como sempre. De todas as vezes se arrepende e ela cai no erro de servir de boneca vezes sem conta. Mas desta foi diferente. Ela conseguiu manter-se firme, apesar do sofrimento, e ele tentou passar por cima de todos os problemas. Tentou fugir às verdades, como sempre fez/faz, mas elas eram constantemente repetidas para ele ver como elas doem. Ela disse: “Não, desta vez não!”. Ele disse: “A culpa é tua. Não dá, simplesmente isso”. Como se fosse uma coisa assim tão simples. Agora falta o fim. Eles perdoam, ou segue cada um a sua vida? Seja o que for, será o mais certo, por muito que faça ambos sofrer. Só digo: Todos erramos e de entre todo o sofrimento quem ama, perdoa.

Sem comentários:

Enviar um comentário